Algumas técnicas do Psicodrama

 

Terapia em Grupo

O Psicodrama é muito famoso pelas suas técnicas, porém vale ressaltar que a técnica pela técnica é pobre sem o contexto teórico por trás. Existem técnicas clássicas que foram propostas pelo próprio Moreno e outras que foram surgindo ao longo da história. Algumas técnicas bastante utilizadas são:

Auto-apresentação: Nessa técnica, segundo Moreno (2006) o protagonista apresenta-se a si mesmo, à sua mãe, seu pai, irmão, etc. Ele desempenha todos os papéis que trouxe, de forma subjetiva, tal como os percebe e experimenta. Além de pessoas, pede-se também que traga sonhos, objetos, sentimentos, tudo que fizer parte do mundo do paciente.

Espelho: Um ego auxiliar é colocado no local da ação do espaço psicodramático, então redramatiza o paciente, copiando seus comportamentos, buscando expressar os sentimentos em palavras e movimentos, mostrando assim ao paciente “como se fosse um espelho”. Ainda segundo Moreno (2006), o espelho pode ser exagerado, conferindo técnicas de distorção deliberada, maximizando o comportamento visando estimular o paciente a se manifestar e a transformá-lo de espectador passivo em participante ativo, proporcionando assim a correção do que não acredita estar correto na dramatização e na interpretação de si mesmo.

Maximização: Segundo Menegazzo, Tomasini, Zuretti et al. (1995), é uma técnica em que se eleva ao grau máximo determinada expressão, com o corpo ou palavras, buscando assim o aquecimento adequado.

Inversão de papéis: O paciente em uma situação interpessoal coloca-se no lugar do outro, por exemplo, com a mãe, “coloca-se no lugar da mãe”, a mãe pode ser real ou representada por um ego auxiliar, então se realiza a inversão de papéis, com o filho representando a mãe e esta, o filho (MORENO, 2006).

Cadeira vazia: A técnica da cadeira vazia, segundo Cukier (1992), consiste em um tipo de desempenho de papéis sem a ação dramática. O terapeuta coloca uma cadeira vazia em frente ao cliente e pede que imagine que a pessoa com quem tem algo a dizer esteja sentada lá. O jogo de papéis ocorre então com o cliente trocando de posição, joga um papel e depois troca de cadeira, jogando assim o outro papel. Cukier ressalta que o terapeuta também pode jogar os papéis. Segundo a autora, o jogo permite observar e apontar transferências e projeções sem envolvê-las diretamente, o terapeuta também pode interrogar ambas as partes em confronto, auxiliando assim no diálogo.

Imagem da família: segundo Cukier (1992), esse jogo visa explorar os sentimentos que o paciente possui por sua família. O psicoterapeuta pede para que a cliente utilize as almofadas e objetos disponíveis para recriar uma imagem de sua família, e depois de construída, ela pode ser explorada de várias formas.

Psicodrama interno: O psicodrama interno, como pontuado por Cukier (1992) é uma técnica de dramatização onde a ação dramática é simbólica, a ação é vivenciada, pensada e visualizada pelo cliente, mas ele não a executa. Segundo a autora, esse tipo de trabalho envolve uma fase inicial de relaxamento, uma segunda fase onde calca-se algum indicador físico, emocional ou imaginário, que por sua vez, nos conduz ao mundo interno e seus personagens. Por último, a interação desses personagens, que pode ser feita utilizando recursos clássicos do psicodrama, mas vivenciando a ação mentalmente.

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